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terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Comunidade catequizadora, caminho para o discipulado

O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus que é Trindade, não pode viver só. É o egoísmo, vírus do pecado que o leva a isolar-se em lugar de viver em comunhão, para a qual foi feito. Se o pecado isola a pessoa humana, a graça o coloca em relação com os outros.
Jesus colocou-se neste mundo como o maior sinal de comunhão com todas as criaturas e a todos convidou a viver em comunhão com o Pai, espelhando-se nele, “assim como eu estou no Pai e o Pai em mim”; “eu e o Pai somos um”. Em sua despedida, transmitiu aos Apóstolos a missão de anunciar a boa nova da salvação a todos os povos, tornando-os discípulos e batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os o observar tudo o que Ele ensinou.
Com a força do Espírito Santo, a partir de Pentecostes, os apóstolos continuaram a missão de Cristo de congregar a todos na unidade da fé e do amor, formando comunidades fraternas. No testemunho das primeiras comunidades ficou registrado o testemunho de que quanto mais aumentavam o amor fraterno entre os irmãos, em comunidades, tanto mais firmava-se a Igreja. Os que iam fazendo a experiência do alegre e transformador encontro com Cristo contagiavam outros a fazê-la também, assumindo o espírito fraterno que nele se estabelecia.
Pelo testemunho e pelo anúncio do Evangelho, a comunidade cristã suscita novos discípulos de Cristo. Pelo batismo, insere-os na vida eclesial e torna-os seus membros. Em seu zelo pastoral, deve oferecer-lhes os necessários e oportunos meios de aprofundamento na vida nova assumida. Ela não só deve gerar, mas também formar os novos membros. Para isto, precisa manter, com ardor sempre renovado, metodologia adequada e linguagem atualizada, a catequese permanente, a formação bíblica, a iniciação e a celebração litúrgica, a devoção mariana, a piedade popular, o acompanhamento às famílias e tudo mais que o Espírito lhe suscitar e a realidade exigir.
Por outro lado, todo membro de comunidade cristã deve participar intensamente de suas atividades, assumindo serviços comunitários e ministérios conforme os dons que Deus lhe concede. Particular atenção dará à celebração litúrgica dominical, especialmente a Eucaristia. Esta participação litúrgica é indispensável para todo batizado ser um discípulo missionário maduro (DAp 252).
Assumindo com alegria e gratidão a graça da vida nova em Cristo, todo discípulo fará da comunidade cristã na qual foi inserido sua segunda família. Quanto mais dela participar, mais profundos e fortes se tornarão os laços que o unem a ela. Por sua vez, toda comunidade cristã se renovará constantemente em Cristo, a fim de ser para todos os seus membros, “casa e escola de comunhão”, na qual se exercitam para relações solidárias e fraternas na sociedade competitiva e desigual em que vivem. É a grande meta da catequese que forma para o discipulado que tem um caráter processual capaz de fortalecer os vínculos dos catequizandos na sua comunidade de origem.
Pe. Nelito Dornelas
Assessor da CNBB - Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz.


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